segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

BRUMADINHO CONTA SEUS MORTOS. VEJA QUEM SÃO AS VITIMAS DA TRAGÉDIA

Equipes de resgaste admitem que chances de localização de sobreviventes são reduzidas com o passar do tempo


Enquanto as buscas por sobreviventes avançam, Brumadinho (MG) continua a contar seus mortos. Dos 58 confirmados até o momento, 19 foram identificados.

Conheça a história de algumas das vítimas da catástrofe com a barragem Mina do Feijão, que se rompeu na tarde de sexta-feira (25/1) e devastou uma cidade inteira.

                               
Marcelle Porto Cangussu, de 35 anos — A médica tinha feito aniversário de 35 anos na quinta-feira (24), um dia antes da tragédia. “No dia 24 de janeiro, ficamos com ela até meia-noite. No dia seguinte, às 7h30, ela já estava no trabalho. A ideia era continuar as comemorações pelo aniversário com os amigos dela na noite de sexta-feira [25]", disse a mãe dela, Mirelle PortoReprodução/Facebook



Wellington Campos Rodrigues — O analista de sistemas morreu aos 53 anos e trabalhava numa terceirizada da Vale. Casado, deixou três filhos Reprodução/Facebook



Maurício Lauro de Lemos — A filha, Juliana Lemos, postou nas redes sociais uma mensagem lamentando a morte do pai. "Venho, infelizmente, informar que meu pai foi encontrado sem vida no IML. Agradeço a todos que deram ajuda e apoio", disse Reprodução/Facebook



Francis Marques da Silva — A irmã dele, Frani Marques, chegou a publicar várias fotos na esperança de o irmão ser encontrado com vida, mas desabou ao descobrir que o o nome dele figurava na lista de mortos: "Luto"Reprodução/Facebook



Adriano Caldeira do Amaral — Adriano Caldeira do Amaral era casado com Ana Flávia Solva e deixa dois filhos. No Facebook, Ana Flávia publicou uma mensagem emocionante: "Vá em paz, continue segurando a minha mão, que eu seguirei aqui firme e com fé", escreveu Reprodução/Facebook



Daniel Muniz Veloso — O mineiro era terceirizado de uma empresa que presta serviço à Vale. Aos 29 anos, estava num dos melhores momentos da vida, pois se tornaria pai em pouco mais de um mês. Ele deixa a esposa, Deiviane Muniz, que deve dar à luz no mês que vem. Reprodução/Facebook


Willian Jorge Felizardo Alves — Também trabalhava na Vale e teve a morte confirmada. A prima dele, Maria de Lourdes Vidal, disse não conseguir mensurar a dor da família. "Quero agradecer a cada ligação, cada mensagem, cada abraço, cada palavra de conforto nesse momento de muita dor e tristeza em minha família. Que Deus conforte os nossos corações" Reprodução/Facebook



Leonardo Alves Diniz — Casado com Cristiane Ribeiro Diniz, deixa um filho de 5 anos. Mineiro e torcedor do Atlético Mineiro, tinha como hobbie frequentar cultos na igreja evangélica e andar a cavalo Reprodução/Facebook



Jonatas Lima Nascimento - Carregador da Vale, completou 15 anos de casado em 10 de janeiro deste ano. Em poucas palavras, a esposa dele, Daihene Crizólogo, 31 anos, contou ao Metrópoles não ter parado para pensar, ainda, nos próximos passos. “Eu só quero ficar com meus amigos e lembrar do trabalhador que ele era", disse Reprodução/Facebook



Flaviano Fialho, torcedor fanático do Atlético Mineiro era trabalhador da mineradora Vale. Ele era casado e deixa dois filhos. Nas redes sociais, a cunhada Jussara Fialho lamentou: "É com grande pesar que comunico que o corpo do meu Cunhado", escreveu Reprodução/Facebook

VEJA A RELAÇÃO DOS MORTOS IDENTIFICADOS ATÉ O MOMENTO

Adriano Caldeira do Amaral
Carlos Roberto Deusdeti
Daniel Muniz Veloso
David Marlon Gomes Santana
Djener Paulo Las-Casas Melo
Eliandro Batista de Passos
Fabricio Henriques da Silva
Flaviano Fialho
Francis Marques da Silva
Jonatas Lima Nascimento
Leonardo Alves Diniz
Marcelle Porto Cangussu
Marcelo Alves de Oliveira
Maurício Lauro de Lemos
Moisés Moreira Sales
Renato Rodrigues Maia
Robson Máximo Gonçalves
Wellington Campos Rodrigues
Willian Jorge Felizardo Alves

CADÁVERES DILACERADOS
Enquanto isso, a Polícia Civil continua trabalhando em Belo Horizonte para identificar os corpos encontrados, alguns estão dilacerados. Segundo o chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, Wagner Pinto de Souza, 16 corpos foram reconhecidos e oito já foram entregues às famílias. Cerca de 460 parentes de moradores da região entregaram informação para ajudar nesse processo.
A Polícia Civil também está montando o inquérito policial. Agentes estão reunindo informações, periciando provas criminais e juntando provas técnicas e documentais. Ninguém foi intimado, mas houve a catalogação de possíveis testemunhas. A Vale tem cooperado com as investigações.

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MÉDICA FOI PRIMEIRA IDENTIFICADA
médica Marcelle Porto Cangussu foi a primeira vítima fatal que trabalhava na Vale quando a barragem desabou. A mulher estava na empresa desde 2016.
A mãe de Marcelle, Mirelle Porto, contou ao jornal O Globo que a filha tinha feito aniversário de 35 anos na quinta-feira (24), um dia antes da tragédia. “No dia 24 de janeiro, ficamos com ela até meia-noite. No dia seguinte, às 7h30, ela já estava no trabalho. A ideia era continuar as comemorações pelo aniversário com os amigos dela na noite de sexta-feira [25]”, disse.

TRABALHADOR DEIXA DOIS FILHOS
Outra vítima do rompimento da barragem de rejeitos de minério é Jonatas Lima Nascimento, que completou 15 anos de casado em 10 de janeiro deste ano. Embora não se saiba ainda a dimensão do desastre humano e ambiental, na vida da família de Jonatas a perda é de uma proporção incalculável.
Em poucas palavras, a esposa dele, Daihene Crizólogo, 31 anos, contou ao Metrópoles não ter parado para pensar, ainda, nos próximos passos. “Eu só quero ficar com meus amigos e lembrar do trabalhador que ele era. Depois, cobraremos as dívidas que a empresa tem com a gente”, disse. O casal tem dois filhos: uma menina de 10 anos e um menino de 6.
Daihene conta que Jonatas trabalhava em Brumadinho há três anos. Ele atuava na parte de carregamento da Vale. A esposa deixou o trabalho para cuidar do filho caçula, que é diabético. A casa da família no município não foi atingida, embora os parentes de Jonatas saíram nesta noite por precaução.

SEPULTURAS ABERTAS
O terceiro dia de buscas terminou sem a localização de nenhum sobrevivente neste domingo (27/1).  Na atualização de 20h30, o Corpo de Bombeiros ainda contava com 305 pessoas desaparecidas. As chances de encontrar pessoas vivas é pequena, admitem integrantes das forças que ajudam no socorro.
No final da tarde deste domingo, pelo menos 98 sepulturas já haviam sido abertas e preparadas para os enterros no cemitério Parque das Rosas, no bairro Salgado Filho, a cerca de cinco minutos de carro do centro de Brumadinho. Entre os mortos, 19 corpos foram identificados.

Brumadinho: cenas chocantes de uma tragédia sem tamanho

'NÃO PODEMOS NEM DIZER QUE ISSO FOI UMA CATÁSTROFE NATURAL, POR QUE NA VERDADE ISSO FOI UMA TRAGÉDIA CAUSADA PELA GANÂNCIA HUMANA, ONDE SERES HUMANOS FORAM USADOS E NÃO TIVERAM SUAS VIDAS RESPEITADAS E PRESERVADAS COM DIGNIDADE.'

POSTADO POR: LUCIANO MELO - 28/01/2019




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