quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

JOÃO DÓRIA PREFEITO DE SÃO PAULO ESTÁ DANDO UMA AULA DE GESTÃO E CIDADANIA

              PRIVATIZA, DÓRIA!

         Texto de Rodrigo da Silva

"São Paulo está à venda. E ESSA É UMA BOA NOTÍCIA!

Em quatro anos, só o Pacaembu, o Anhembi e Interlagos custam R$ 511 milhões aos cofres púbicos. Mais do que meio bilhão de reais. E eu não estou escrevendo este texto para falar mal desses lugares, que são marcos importantes de São Paulo. Mas o fato é que quem os frequenta tem uma movimentação bancária consideravelmente acima da média da população para justificar este gasto. Ou você realmente acredita que a periferia possui acesso a eventos como a Formula 1, que cobra R$ 570 por seu ingresso mais barato só para você sentar num pedaço de plástico numa arquibancada, sem direito nem a um saco de pipoca?

Só em 2015, o gasto da prefeitura com a reforma do autódromo alcançou os R$ 48,2 milhões. Não faz ideia do quanto isso custa? Imagine que essa é quase a mesma quantia que saiu dos cofres públicos no intervalo de um ano com a despesa de pavimentação e recapeamento das vias públicas de uma cidade com mais de 12 milhões de habitantes. Muita coisa, não? Mas não pense que ficou por isso mesmo. A previsão é que a reforma em Interlagos tenha sugado R$ 160 milhões dos cofres públicos desde que foi iniciada em 2014. Diretamente do bolso de cada pagador de impostos da cidade de São Paulo, mesmo aqueles que nunca pisaram no bairro de Interlagos.

Na prática, a administração desses lugares funciona como uma espécie de programa de transferência de renda às avessas: os mais pobres pagam para os mais ricos se divertirem.

E eu entendo que todos esses espaços movimentem a economia paulistana. Muita gente, afinal, fatura com um GP de Interlagos (o GP em si deu prejuízo de R$ 98 milhões na edição do ano passado). Vendedor de água, motorista de táxi, gerente de hotel. Mas absolutamente nada leva a crer que o Estado tem capacidade de gerir um autódromo melhor do que a iniciativa privada. Pelo contrário. A julgar um país como o nosso, com um Estado tão inchado e ineficiente, parece óbvio supor que a privatização de Interlagos gerará um ganho na vida de todas essas pessoas.

Mas nada é tão óbvio quanto parece. E é por isso que é preciso construir um parênteses aqui: nem todos os modelos de privatização são benéficos. Muitos, e nós somos craques em fazer isso, servem apenas para presentear amigos do rei, concentrar mercado, criar uma casta de burocratas em agências reguladoras e desviar parte do dinheiro obtido com a venda dos bens públicos. E essa é a razão por que é preciso fiscalização para que o modelo escolhido pela Prefeitura de São Paulo seja o mais transparente e saudável possível.

Mas o fato é que privatização, quando feito às claras, não apenas pode ser algo tremendamente positivo para a população, como necessário.

João Doria pretende levantar R$ 7 bilhões com a venda do Anhembi e de Interlagos. Segundo ele, esse valor, centavo por centavo, irá para saúde e educação. Ou seja: algo que hoje só atende uma parcela do topo da pirâmide paulistana poderá gerar benefícios reais a milhões de moradores da periferia.

A quem interessa, afinal, condenar as privatizações?"

"ESSE JOÃO DÓRIA ESTÁ DANDO UMA AULA DE GESTÃO, ESSE SIM MERECE SER COPIADO."

POSTADO POR: LUCIANO MELO - 15/02/2017

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