Ela chegou no Ceará, Baleia azul no Sertão Central
Em artigo no O POVO deste domingo (7), o psiquiatra Cleto Pontes avalia o comportamento humano, após as redes sociais, incluindo jogos como “baleia azul”. Confira:
Há indício revelador da profecia de que o sertão virou mar: uma “baleia azul” de origem russa de quase 150 mil quilos encalhou à margem de um riacho perto de Morada Nova (CE). A baleia não ameaçou jovens, como de costume, em outros lugares e, sim, uma senhora de quase 50 anos, vítima de atropelos de ordem puramente existencial. Como num veio de literatura fantástica, a convivência comunitária do pequeno lugarejo deu lugar à virtual, imaginária, e a baleia atracou sem aviso prévio.
Tudo passa. Se, antes, histórias de trancoso mesclavam nossos sonhos tenebrosos e pesadelos, hoje as redes sociais viraram lobisomens via macabros games, jogados por quem já não mais se permite sonhar e vara a madrugada dedilhando smarts aparelhos.
Se a velocidade da luz ultrapassa a do som, os valores da comunicação estão claudicantes no mundo da globalização. Algo comparável ao tempo do iluminismo e do existencialismo. No primeiro se a consciência determinava a existência, no segundo prevalecia a ideia de que a consciência anulava o valor temporal da existência. Podemos afirmar que tal game não é assassino. O homem, sim, é susceptível, ao guardar consigo genética e culturalmente duas pulsões: Thánatos e Eros, segundo S. Freud e Hypnos e Thánatos, da mitologia grega, fonte inspiradora do fundador da psicanálise.
Se a baleia é azul, o céu também é, mas a consciência humana, infelizmente, pode ser destituída de luminosidade. A tenebrosa existência no mundo atual, onde as informações precedem a comunicação, viver ou se matar pode “depender” apenas de magias das redes sociais. Assim me relatou uma pessoa totalmente esvaziada de valores existenciais que se deixou invadir por informações aculturais: aos 50 anos, a senhora seguiu os 50 passos do game Baleia azul, de tortura ao extremo, com automutilação até a imposição da própria morte ao player, induzida por um curador. Tal ideia fixa nada teve a ver com o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) e, sim, com a vivência plena de desencontros dessa senhora que por pouco não levou ela própria ao encontro fatal com a morte.
Fonte: facebook do Moisés Arruda
"REALMENTE A SITUAÇÃO QUE SE APRESENTA NESTE MOMENTO É MUITO PREOCUPANTE, PRECISAMOS FICAR ATENTOS PRINCIPALMENTE COM NOSSOS FILHOS E DEMAIS JOVENS, ENTRE PRÓS E CONTRAS, JOGOS COMO ESSE ESTE É O QUE TEMOS DE PIOR NAS REDES SOCIAIS, PORTANTO MEU CAROS ORAI E VIGIAI."
POSTADO POR: LUCIANO MELO - 08/05/2017
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