A interpretação de que a diretriz do general era uma forma de cobrar “passaporte da vacina”, o que o presidente rejeita, gerou cobranças de explicações por parte do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, porta-voz de Bolsonaro junto ao generalato.
O ministro se reuniu com os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica nesta sexta-feira, dia 7, para discutir a diretriz verde-oliva. O tema vacina é considerado “sensível” na Defesa, por ter virado bandeira política do presidente. Houve cobranças de Braga Netto. Reservadamente, oficiais comentam que o ministro deu claros sinais de não querer melindrar Bolsonaro, no momento em que tenta se viabilizar como potencial candidato a vice-presidente.
A diretriz orientou que oficiais em cargos de chefia avaliassem a volta ao regime presencial dos já vacinados, quinze dias após a imunização. Porém, a diretriz não continha um veto total ao retorno dos não-vacinados. Havia no texto uma brecha para que os militares sem vacinação completa apresentassem para análise das circunstâncias, caso a caso, ao Departamento Geral de Pessoal, o DGP, que tem uma área de Saúde e um comitê relacionado à prevenção da Covid-19. Apesar disso, o próprio Braga Netto editou uma portaria semelhante que entrou em vigor na virada do ano. Ao normatizar o retorno gradual no ministério, ele determinou que os servidores administrativos retornassem às atividades presenciais quinze dias após terem se imunizado contra a Covid-19.
Além disso, o teor geral da nova diretriz do general Paulo Sérgio é de flexibilizar a realização de atividades e treinamentos na caserna, em vez de restringir. Ela recomenda, porém, a adoção de medidas de prevenção à contaminação, para poder e por isso, fala expressamente no “uso de máscaras, no distanciamento social e higienização de mãos”, medidas cuja eficácia Bolsonaro questiona, apesar das evidências científicas e das recomendações sanitárias.
O documento do comandante-geral reproduz uma ordem para que não haja difusão de notícias falsas sobre a pandemia do novo coronavírus na internet. Esse trecho da normativa também não é uma novidade, pois estava em vigor desde março de 2020, emitido pelo então comandante-geral, general Edson Leal Pujol.
Fonte: Estadão
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.