É o primeiro caso entre os agentes penitenciários. Há duas semanas, um preso foi internado no Hospital São José infectado, também, pelo novo coronavírus.
Depois da primeira contaminação de um preso pelo novo coronavírus no sistema prisional do Ceará, agora, um agente um agente penitenciário do Grupo de Ações Penitenciárias (GAP) testou positivo para a Covid-19. O servidor público trabalha na vigilância do Complexo 2, em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza. No local funcionam as casas de privação provisória de Liberdade 3, 4, 5 e 6.
Em nota enviada ao O POVO, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou que o servidor público “não tem contato dentro das unidades prisionais” com os presos. Segundo o comunicado, “o último plantão do agente ocorreu no último dia 7/4 e que todos os colegas que estiveram com ele realizaram testes para Covid-19. Os exames deram resultado negativo”. O paciente está internado no hospital Monte Klinikun.
Por recomendação de uma nota técnica da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), logo após a contaminação de um preso, o secretário Mauro Albuquerque prorrogou por mais 15 dias a proibição de visitas sociais de familiares no sistema prisional cearense. Informação publicada no Diário Oficial desta sexta-feira, 17.
No último dia 10, após a infecção do detento na Unidade Prisional Professor José Sobreira Amorim (UPPJSA), a Sesa divulgou uma nota técnica determinado quais cuidados e alertas sanitários deveriam ser adotados no superlotado sistema prisional cearense. Hoje, são mais de 24 mil presos segundo dados do site da SAP que não é atualizado desde dezembro do ano passado.
O documento da Sesa, intitulado Orientações ao Sistema Prisional no Enfrentamento da Covid-19, reconhece que a massa carcerária enfrenta mais risco de uma contaminação pelo coronavírus do que a população fora das prisões.
“As pessoas privadas de liberdade, o ambiente de confinamento e outros locais de detenção, provavelmente são mais vulneráveis ao surto de doença por Covid-19 do que a população em geral, devido às condições confinadas por longos períodos, atuando como fonte de infecção, amplificação e disseminação de doenças”, reproduz a nota técnica da Sesa com base.
Na cela, onde o preso de 24 anos apareceu infectado na Unidade Prisional Professor José Sobreira Amorim, tinham mais 17 detentos. Eles fizeram a primeira testagem e deu negativo para Covid-19, mas iriam se submeter a outra testagem. Depois de internado no Hospital São José, o paciente recebeu alta e foi beneficiado por uma habeas corpus.
No presídio José Sobreira Amorim, segundo a última atualização da SAP, em dezembro do ano passado, havia um excedente de presos de 131,2% além da capacidade da prisão que é de 600 presos. Inaugurado em 2017, a unidade estava com 1.357 prisioneiros.
Na nota técnica, a Sesa sugere ainda que se reservem no sistema prisional espaços para quarentena e isolamento. E que seja identificados e separados os grupos de risco, presos e presas com idade igual ou superior a 60 anos, as gestantes, os portadores de doenças crônicas, cardiopatas, diabetes, hipertensão e outros casos.
Fonte: Portal O Povo
'INFELIZMENTE, TODOS NÓS ESTAMOS SOB A AMEAÇA DESTE MALDITO VÍRUS.'
POSTADO POR: LUCIANO MELO - 20/04/2020
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