Nesse eu confio

sexta-feira, 24 de outubro de 2025

O DIA EM QUE OLAVO DE CARVALHO DEIXOU EDUARDO BUENO COM FEBRE EM DEBATE E TEVE SUA INTELECTUALIDADE ADMIRADA POR ELE


Em abril de 2004, no XVII Fórum da Liberdade, realizado em Porto Alegre, ocorreu um dos debates mais marcantes da cena intelectual brasileira recente. No painel Cultura e Desenvolvimento, o filósofo Olavo de Carvalho dividiu o palco com o jornalista e escritor Eduardo Bueno, conhecido como Peninha. O encontro ficou registrado não apenas pelo contraste de estilos, mas também pela forma como foi lembrado anos depois.

À época, conforme relatos que circulam nas redes sociais, Olavo de Carvalho saiu vitorioso com facilidade. Sua postura firme, articulada e embasada em referências filosóficas chamou a atenção do público. Enquanto Olavo mantinha uma linha rigorosa de argumentação, com tom professoral e crítico, Peninha assumiu um discurso mais coloquial e descontraído, buscando amparo em narrativas históricas em vez de confrontar diretamente o adversário.

A narrativa ganhou novo peso anos mais tarde, quando Eduardo Bueno, em entrevista ao programa Morning Show, confessou que chegou ao debate debilitado, com febre alta: “Cheguei lá com 39, 38 e meio, cara...”. O próprio Peninha admitiu que o embate lhe causou impacto físico e psicológico. Ainda assim, não deixou de reconhecer a intelectualidade de Olavo: “O velho se comportou bem. O velho é inteligente. O velho é letrado. O velho, é óbvio que ele leu. Eu divido muito as pessoas: as que leem e as que não leem.”

Apesar dos elogios, Peninha tentou relativizar o episódio. Disse que, em sua visão, não houve um debate de fato. Para se esquivar das provocações de Olavo, preferiu falar sobre o pau-brasil, tema de um livro recém-lançado que estava “fresco na memória”. Para muitos, esse desvio de assunto foi a evidência de que não encontrou meios de enfrentar a consistência argumentativa do filósofo.

Quase duas décadas depois, Eduardo Bueno voltou a protagonizar polêmicas, desta vez nas redes sociais, ao ser fortemente rechaçado por defender e aplaudir a morte de Charlie Kirk, jovem liderança conservadora americana. A controvérsia reacendeu a lembrança daquele debate de 2004, visto por muitos como o momento em que Olavo de Carvalho não apenas superou com clareza seu oponente, mas também recebeu dele uma inesperada admiração intelectual.

Assim, o dia em que Olavo de Carvalho deixou Eduardo Bueno com febre em um debate permanece vivo na memória coletiva: de um lado, o filósofo, firme em seus argumentos; de outro, Peninha, dividido entre a tentativa de se justificar e o reconhecimento da erudição do adversário. Um episódio que continua ecoando quase vinte anos depois como símbolo de choque de estilos e de mundos opostos.

Por: Blog Luciano Melo Oficial / Fonte: Bruno Martins

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.