O policial civil que matou quatro colegas de trabalho, dentro da Delegacia Regional de Camocim, afirmou em audiência de custódia, na Justiça Estadual, na última segunda-feira 15/05, que chegou a atender uma ligação de um policial militar, que estava de plantão no quartel, para saber se algum tiro foi disparado na Unidade da Polícia Civil do Ceará (PC-CE). Depois de cometer a chacina, o inspetor alegou, no telefonema, que foi "um disparo acidental".
"Houve uma ligação da composição do quartel, perguntando se houve algum disparo na Delegacia. Não me recordo o nome do policial militar, ele perguntou o que foi que houve, eu contei que foi disparo acidental. Logo após, eu peguei a viatura e saí do local", revelou o inspetor Antônio Alves Dourado, em vídeo obtido pelo Diário do Nordeste.
A afirmação foi feita pelo suspeito preso, em audiência de custódia realizada no 5º Núcleo Regional de Custódia e de Inquérito, em Sobral, que terminou com a conversão da sua prisão em flagrante em prisão preventiva.
A chacina que vitimou os quatro policiais civis ocorreu dentro da Delegacia Regional de Camocim, Município no Litoral Norte do Estado, na madrugada do último domingo (14).
Os agentes de segurança mortos foram identificados como os escrivães Antônio Claudio dos Santos, Antônio José Rodrigues Miranda e Francisco dos Santos Pereira, e o inspetor Gabriel de Souza Ferreira. Os corpos foram sepultados na última segunda (15).
Os agentes de segurança mortos foram identificados como os escrivães Antônio Claudio dos Santos, Antônio José Rodrigues Miranda e Francisco dos Santos Pereira, e o inspetor Gabriel de Souza Ferreira. Os corpos foram sepultados na última segunda (15).
Pelo menos três das quatro vítimas estavam dormindo, após terminarem de realizar um flagrante pouco tempo antes, segundo o Relatório de Local de Crime elaborado pela Delegacia Regional de Sobral.
COMO AS VÍTIMAS FORAM ALVEJADAS
Dourado tinha as chaves da Delegacia Regional de Camocim. Os escrivães Antônio José Rodrigues Miranda e Francisco dos Santos Pereira (conhecido como 'Chicão') e o inspetor Gabriel de Souza Ferreira foram assassinados no dormitório da Unidade.
Os corpos de Miranda e Gabriel foram encontrados dentro de redes. Já 'Chicão' estava sentado, encostado em uma parede.
A quarta vítima tentou fugir do criminoso. O escrivão Cláudio pulou do primeiro andar, quebrou o braço, foi perseguido pelo inspetor e morto pelas costas.
O autor dos disparos deixou a sua motocicleta nos fundos da delegacia e fugiu em uma viatura da Polícia Civil, em seguida.
PRIMEIROS POLICIAIS CHEGAM AO LOCAL
Uma equipe formada por três policiais militares foi a primeira a chegar na Delegacia Regional de Camocim, após a matança. Eles foram acionados pelo Comando da Polícia Militar, após denúncias anônimas de que tiros teriam sido efetuados dentro da Unidade da Polícia Civil.
Um PM relatou que, ao chegarem na Delegacia, não ouviram nenhum barulho. Então, abriram o portão e já viram o inspetor Cláudio morto.
A equipe policial acionou reforço e decidiu entrar no prédio, com cuidado, pois o atirador ainda podia estar lá. Mas não estava. Os PMs encontraram apenas os outros três policiais civis, já sem vida.
SALA DE DELEGADO FOI ARROMBADA
Na sequência da vistoria, os policiais militares encontraram a sala do delegado da Unidade com a porta arrombada.
Duas armas longas (que seriam um fuzil e uma metralhadora) estavam em cima da mesa do delegado, e diversas munições espalhadas pelo chão.
A suspeita é de que o ato tenha sido cometido pelo inspetor Antônio Alves Dourado, após matar os colegas de trabalho, na Delegacia.
COMO O CRIMINOSO SE ENTREGOU
Um dos policiais militares que realizava a vistoria na Delegacia recebeu uma ligação de Dourado, que pediu para o PM ir sozinho à sua casa, no bairro Praia, em Camocim.
"Que chegando ao local, encontraram o portão da casa aberto e visualizaram o inspetor Dourado saindo da casa algemado. Que ele mesmo havia se algemado com suas próprias algemas. Que ele apenas disse que teria 'surtado'", relatou o PM no Inquérito Policial.
A Polícia Militar apreendeu duas pistolas e 29 munições, que estavam no jardim da residência do policial civil.
Fonte: Diário do Nordeste / Blog Luciano Melo Oficial
'O HOMEM É SENHOR DAS SUAS ESCOLHAS, E ESCRAVO DAS CONSEQUÊNCIAS.'
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