quarta-feira, 18 de maio de 2022

COMANDANTE DA MARINHA QUESTIONA SEGURANÇA DAS URNAS ELETRÔNICAS


O comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, provocou ainda mais tensões no meio político ao defender, na última quarta-feira, 11, uma auditoria privada das urnas eletrônicas. Em entrevista ao O POVO, quando esteve em Fortaleza para inaugurar uma estátua de Almirante Tamandaré, o militar defendeu que os brasileiros precisam ter certeza do resultado das eleições. 

“Como comandante da Marinha, eu quero que os brasileiros tenham certeza de que o voto deles vai valer, de que quem eles colocarem na urna vai ser contado e quem eles escolherem de uma forma limpa, transparente, como demanda a Constituição Federal e as leis nacionais, serão validados”. E acrescentou: “Não quero ver o meu povo brigando entre si por dúvidas. Então mais transparência, quanto mais auditoria, melhor para o Brasil, porque nós teremos muito mais certeza do resultado e toda a vida nacional seguirá com mais calma”.

A respeito dos ataques de Bolsonaro às urnas eletrônicas, o comandante disse que não é só o presidente que faz críticas ao sistema eletrônico de votos. “O presidente tem feito críticas, mas não é só o presidente que faz crítica, muita gente faz críticas às urnas há muito tempo. O presidente da República é o meu chefe, é o meu comandante, ele tem o direito de dizer o que quiser”, destacou.

A declaração acontece num contexto de pressão contra as urnas eletrônicas, envolvendo militares que atuam no governo Bolsonaro. A Polícia Federal (PF) sinalizou em um inquérito que os generais e ministros Luiz Eduardo Ramos (Secretaria Geral da Presidência da República) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional – GSI) tiveram participação em ações do governo Bolsonaro para colher dados com o intuito de colocar em xeque as urnas eletrônicas no Brasil.

Há poucos dias, durante uma live, Bolsonaro revelou que uma empresa contratada pelo seu partido, o PL, irá fazer uma auditoria privada das eleições deste ano.

o presidente também já propôs que as Forças Armadas atuem no processo eleitoral fazendo uma espécie de dupla checagem da apuração feita pela corte competente. “Não se fala ali em voto impresso. Não precisamos de voto impresso para garantir a lisura das eleições, mas precisamos de ter uma maneira e ali naquelas nove sugestões existe essa maneira para a gente confiar nas eleições”, disse, durante ato no Salão Nobre do Planalto.

“A gente espera que nos próximos dias o nosso Tribunal Superior Eleitoral dê uma resposta às sugestões das Forças Armadas, porque eles nos convidaram e nós aceitamos, estamos colaborando com o que há de melhor que existe entre nós”, completou o presidente.

Escute abaixo o momento da fala polêmica, em sintonia com o que vem defendendo o presidente Jair Bolsonaro (PL):

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