Na manhã desta segunda-feira, dia 30, foi registrado um crime de tentativa de homicídio nas proximidades da praça do Patrocínio, na rua Padre Antônio Ibiapina.
1. Varíola (Vários períodos ao longo da história)
Número de mortes: Incontável, 500 milhões apenas no século XXCausa: Varíola
Dr. Edward Jenner, realizando sua primeira vacinação contra varíola em James Phipps, por volta de 1796. (Fonte: DEA Picture Library/Getty Images/Reprodução)
A varíola tem uma história bem extensa como causadora de epidemias mortíferas. Acredita-se que provavelmente surgiu na Índia, sendo descrita na Ásia e na África desde antes da era cristã, sendo a possível responsável pela epidemia misteriosa e catastrófica ocorrida em Atenas que, segundo Tucídides, matou um terço da população no ano de 430 a.C., dando início ao declínio dessa civilização democrática. A doença era anteriormente desconhecida e desapareceu novamente depois de um tempo, surgindo novamente nos séculos II e III dizimando grande proporção da população totalmente não imune do Império Romano, como mais tarde faria na América.
A varíola foi endêmica na Europa, Ásia e Arábia por séculos, uma ameaça persistente que matou três em cada dez pessoas infectadas, deixando os sobreviventes com cicatrizes e cegueira. Mas a taxa de mortalidade no Velho Mundo não foi nada em comparação com a devastação causada entre as populações nativas no Novo Mundo, quando o vírus da varíola chegou no século XV com os primeiros exploradores europeus. Os povos indígenas dos países conhecidos atualmente como México e Estados Unidos não possuíam imunidade natural ao vírus, que seguiu dizimando dezenas de milhões.
Segundo Thomas Mockaitis, historiador e professor da Universidade DePaul, não existe uma chacina histórica que possa se equiparar com o que aconteceu nas Américas, onde 90% a 95% da população indígena foi exterminada ao longo de um século, com o México passando de 11 milhões de pessoas antes da conquista para apenas um milhão.
Séculos depois, a varíola se tornou a primeira epidemia viral a ser finalizada por uma vacina. Em 1796, um médico britânico chamado Edward Jenner percebeu que as mulheres que retiravam o leite das vacas não contraíam a varíola e acabou descobrindo que a sua imunidade ocorria devido a uma infecção não perigosa com cowpox (a varíola bovina). Foi então que Jenner famosamente inoculou o filho de 9 anos de seu jardineiro com a varíola bovina e, em seguida, expôs o menino a varíola humana sem nenhum efeito prejudicial.
Porém, foram precisos quase dois séculos para combater o vírus completamente, com a Organização Mundial da Saúde anunciando em 1980 que a varíola havia sido completamente erradicada da face da Terra.
2. Peste Negra (1346-1353)
Número de mortes: 75 milhões – 200 milhõesCausa: Peste Bubônica
A Peste Negra (ou Morte Negra) foi uma das pandemias mais devastadoras da história. Durante o período entre 1346 a 1353, o surto devastou a Europa, África e Ásia, causando um número estimado de mortes entre 75 milhões e 200 milhões de pessoas. Ela teria surgido na Ásia Central e foi se espalhando principalmente pela rota da seda, com as pulgas que viviam nos ratos que frequentemente estavam a bordo dos navios mercantes.
Naquela época, os portos eram os principais centros urbanos, e como não eram áreas muito limpas, se tornavam o local ideal para ratos e pulgas, e foi assim a bactéria teve espaço para se alastrar e devastar continentes. A situação foi tão séria que a população humana não retornou aos níveis pré-peste até o século XVII. A doença continuou a surgir de forma intermitente e em pequena escala pela Europa até praticamente desaparecer do continente no começo do século XIX.
3. HIV/AIDS (1981-Atualmente)
Número de mortes: cerca de 36 milhõesCausa: HIV/AIDS
O HIV/AIDS foi identificado pela primeira vez na República Democrática do Congo, em 1976, e provou sua força como uma pandemia global matando mais de 36 milhões de pessoas desde 1981. Acredita-se que sua origem provavelmente se deu a partir de um vírus de chimpanzé que foi transferido para seres humanos na África Ocidental na década de 1920. Atualmente, existem entre 31 e 35 milhões de pessoas vivendo com HIV, sendo que a grande maioria delas está localizada na África Subsaariana, onde 5% da população está infectada (um total aproximado de 21 milhões de pessoas).
Por décadas, a doença não tinha cura conhecida, mas os medicamentos desenvolvidos na década de 1990, o aumento da conscientização e o desenvolvimento de novos tratamentos tornaram o HIV muito mais gerenciável, e muitos dos infectados passam a levar uma vida produtiva. Uma notícia ainda mais encorajadora é que duas pessoas já foram curadas da doença no início de 2020.
4. Praga de Justiniano (541-542)
Número de mortes: 25 milhõesCausa: Peste Bubônica
A Praga de Justiniano foi uma pandemia causada também por um surto de peste bubônica. Ela recebeu este nome por ter ocorrido durante o reinado do imperador Justiniano I (527–565). Também é uma das maiores pandemias da história, com impactos muito parecidos com os da Peste Negra, vários anos mais tarde.
Foi estimado que entre 25 milhões e 100 milhões de pessoas tenham morrido ao longo de dois séculos como consequência dessa peste. A doença foi transmitida pelas pulgas que infestavam os ratos dos navios com carregamento de grãos do Egito. A Praga de Justiniano deixou sua marca no mundo, dizimando até um quarto da população do Mediterrâneo Oriental e devastando a cidade de Constantinopla, onde no auge causou mais de 5 mil mortes por dia e, eventualmente, foi o fim de 40% da população da cidade.
Acredita-se que os resultados desta pandemia ajudaram a facilitar a conquista das províncias bizantinas no Oriente Médio e na África pelos árabes. Estudos genéticos apontam que a doença teria se originado na China e seria causada pela bactéria Yersinia pestis, assim como outras grandes pragas.
5. Gripe Espanhola (1918-1920)
Número de mortes: 20 milhões a 50 milhõesCausa: Influenza
A gripe espanhola, também conhecida como gripe de 1918, foi uma pandemia incomumente mortal do vírus influenza. De janeiro de 1918 a dezembro de 1920, 500 milhões de pessoas foram infectadas, cerca de um terço da população mundial na época, causando a morte de 20 milhões a 50 milhões de pessoas.
Entre os infectados na pandemia de 1918, a taxa de mortalidade foi estimada entre 10% e 20%, com 25 milhões de mortes apenas nas primeiras 25 semanas. O que separou esta pandemia de gripe de outros surtos parecidos foram as vítimas. Gripes normalmente causavam a morte de jovens, idosos ou outros pacientes com o sistema imunológico comprometido, mas a pandemia de 1918 afetava jovens e adultos completamente saudáveis, mas crianças e outras pessoas mais debilitadas permaneciam vivas.
Esta doença também levou algumas comunidades indígenas à beira da extinção. A propagação e a letalidade da gripe aumentaram devido à quantidade de soldados reunidos no mesmo lugar e a má nutrição que muitas pessoas estavam vivenciando durante a Primeira Guerra Mundial.
Uma curiosidade é que apesar de ser chamada de gripe espanhola, o surto provavelmente não começou na Espanha. O país era uma nação neutra durante a Primeira Guerra Mundial e não tinha uma censura rigorosa à imprensa, que poderia, então, publicar livremente relatos iniciais da doença. Como resultado, as pessoas acreditaram falsamente que a doença era específica do local e o nome acabou pegando. A origem do vírus, porém, pode ser o interior dos Estados Unidos e a doença foi parar na Europa entre os soldados americanos que foram lutar a guerra no Velho Mundo.
6. Epidemia de Cocoliztli (1545-1548)
Número de mortes: 5 milhões a 15 milhõesCausa: Possivelmente Salmonella enterica
Cocoliztli é o termo asteca para praga e essa epidemia foi causada por uma infecção na forma de febre hemorrágica viral que matou 15 milhões de habitantes do México e da América Central. A doença se provou completamente catastrófica, especialmente entre uma população já enfraquecida pela seca extrema.
Em um estudo recente examinando o DNA dos esqueletos das vítimas foi descoberto que elas estavam infectadas com uma subespécie de salmonella conhecida como S. paratyphi C, que causa febre entérica, uma categoria que inclui febre tifoide. A doença pode causar febre alta, desidratação e problemas gastrointestinais, e ainda é uma grande ameaça à saúde até hoje.
7. Peste Antonina (165)
Número de mortes: 5 milhõesCausa: Desconhecida
A Peste Antonina, também conhecida como Peste de Galeno, foi uma antiga pandemia que afetou a Ásia Menor, o Egito, a Grécia e a Itália, e acredita-se que tenha sido causada por varíola ou sarampo, mas a verdadeira origem ainda continua desconhecida. Essa doença foi trazida para Roma pelos soldados que retornavam da Mesopotâmia por volta de 165 d.C. e, sem saber, ajudaram a propagar um surto que acabaria matando mais de 5 milhões de pessoas e dizimando grande parte do exército romano da época.
8. Gripe Asiática (1956-1958)
Número de mortes: 2 milhõesCausa: Influenza
A gripe asiática foi um surto pandêmico de influenza A do subtipo H2N2, que começou na China a partir de 1956 e durou até 1958. Alguns autores acreditam que ela se originou de uma mutação em patos selvagens combinada com uma cepa humana pré-existente. Em seus dois anos de existência, essa doença viajou da província chinesa de Guizhou para Cingapura, Hong Kong e Estados Unidos. As estimativas para o número de mortes dessa gripe asiática variam dependendo da fonte, mas a Organização Mundial da Saúde acredita que a contagem final é de aproximadamente 2 milhões de mortes, com 69.800 das fatalidades apenas nos EUA.
9. Gripe Russa (1889-1890)
Número de mortes: 1 milhãoCausa: Influenza
Atualmente, acredita-se que a gripe russa foi causada pelo vírus H2N2, pois muitas pessoas com maior resistência à gripe asiática de 1957 (que era do subtipo H2N2), teriam passado relativamente ilesas ao primeiro contato durante a epidemia da gripe russa. Porém, descobertas recentes têm atribuído a causa ao subtipo H3N8 do vírus da Influenza A. Caracterizada principalmente por febre e pneumonia, o surto durou de 1889 a 1890, levando à morte de 1 milhão de pessoas, sendo cerca de 300 mil apenas na Europa.
Foi a primeira pandemia documentada com detalhes, registrada inicialmente em maio em Bukhara, no sul do antigo Império Russo (atual Uzbequistão) e se alastrou rapidamente pelo império dentro de duas semanas, principalmente por causa da linha férrea transiberiana.
O rápido crescimento populacional do século XIX, principalmente nas áreas urbanas, serviu para facilitar a propagação da gripe e, em pouco tempo, o surto se espalhou pelo mundo, chegando inclusive até o Brasil.
10. Terceira Pandemia de Cólera (1852-1860)
Número de mortes: 1 milhãoCausa: Cólera
Sátira mostrando o rio Tamisa e sua prole de cólera, escrócula e difteria, por volta de 1858. (Fonte: Hulton Archive/Getty Images)
O terceiro grande surto de cólera é geralmente considerado a mais mortal entre os sete que ocorrerão, durando de 1852 a 1860. Como a primeira e a segunda pandemia, esta também se originou na Índia, e foi se espalhando pelo rio Ganges antes de tomar a Ásia, Europa, América do Norte e África, sendo responsável pela morte de mais de um milhão de pessoas. O médico britânico John Snow, enquanto trabalhava em uma área pobre de Londres, acompanhou os casos de cólera e conseguiu identificar a água contaminada como meio de transmissão da doença, porém o ano de sua descoberta (1854) também foi o pico da pandemia, quando 23.000 pessoas faleceram na Grã-Bretanha.
'NENHUMA PANDEMIA É MAIS FORTE QUE A FÉ E BRAVURA DO SER HUMANO, E COM FÉ EM DEUS VAMOS VENCER ESSE MALDITO VÍRUS.'
POSTADO POR: LUCIANO MELO - 31/03/2020