Uma menina de 9 anos revelou, por meio de uma carta escrita à mão, que já havia sido estuprada e sofria constantes abusos sexuais pelo próprio pai e o avô. A criança denunciou os estupros em junho deste ano e a mãe prestou queixa, mas até o momento ninguém foi preso. O caso aconteceu em São José dos Campos, em São Paulo.
A mãe desconfiou quando foi lavar calcinhas da filha e as encontrou sujas de sangue e não poderia ser menstruação encontrar sangue na calcinha da filha, que ainda não menstruou.
“Eu estava lavando roupa, quando encontrei uma calcinha dela com manchas de sangue. Estranhei, porque ela ainda não menstrua e conversando ela revelou que o sangue era dos machucados que o pai e o avô haviam causado na região íntima dela, ao estuprá-la”, contou a mãe ao G1.
Ainda de acordo com a mãe, os abusos do pai, de 33 anos, iniciaram após a filha completar cinco anos. Os estupros aconteciam quando ela saia pra trabalhar aos finais de semana e o pai ficava com a menina e os outros filhos em casa. “Durante muito tempo trabalhei em shopping e por isso o pai ficava cuidando das crianças aos finais de semana. Os abusos aconteciam justamente quando eu estava trabalhando e ele ficava em casa”, contou.
Já com o avô da menina, de 78 anos, pai da mãe da criança, os abusos começaram há cerca de dois anos. Ele cometia o crime sempre que ia buscar a vítima na escola.
“Ela contou que tinha vontade de me pedir ajuda, mas que o pai a ameaçava. Ele dizia que se ela contasse pra alguém o que ele fazia, seria preso, sofreria muito na cadeia e que nunca mais veria ela nem os irmãos. E, assim, ele ia fazendo ela se sentir culpada e com medo de denunciar a situação, presa nesse segredo”, disse.
Após o caso vir à tona pela carta da menina, o pai dela fugiu quando a mãe fez a denuncia e até o momento, não foi localizado. O avô prestou depoimento e negou os abusos. A polícia emitiu uma medida protetiva para a criança para que o avô e o pai não se aproximem dela.
“Eu não tive nem coragem de olhar na cara do avô da minha filha. Ele é meu pai, eu o admirava. Também amava meu marido. É revoltante. Quero que os dois paguem pelo que fizeram, os dois são culpados. É uma coisa que não tem explicação”, contou.
“Assim que descobri corri com ela para a delegacia e prestei queixa contra o pai dela e o avô. Mesmo com provas e exames que comprovam o abuso, por telefone o pai dela me chamou de louca, dizia que não tinha feito nada e antes que eu voltasse da delegacia ele já havia fugido. Foi embora levando só a roupa do corpo e a habilitação. Foi muito chocante e doloroso descobrir isso, porque eram duas pessoas que eu confiava e que nunca desconfiei que pudessem fazer algo assim”, disse a mãe.
A Secretaria de Segurança Pública informou por meio de nota, que a caso segue sendo investigado, sob sigilo, na Delegacia da Mulher de São José dos Campos. A equipe da unidade ouviu a representante da vítima e aguarda o resultado dos laudos periciais para análises e esclarecimentos dos fatos.
Diariamente, crianças e adolescentes são expostos à violência sexual. Até abril de 2019, o Disque 100 recebeu mais de 4 mil denúncias de abuso infantil em todo o Brasil. Há algumas formas de denunciar casos de violência sexual a menores de idade:
DISQUE 100
Como nos casos de racismo, homofobia e outras violações de direitos humanos, qualquer cidadão pode fazer uma denúncia anônima sobre casos abuso infantil pelo Disque 100. A denúncia será analisada e encaminhada aos órgãos de proteção, defesa e responsabilização em direitos humanos, respeitando as competências de cada órgão.
APLICATIVO PROJETA BRASIL
Depois de instalar o aplicativo gratuito em seu celular, o usuário rapidinho, respondendo um formulário simples, registra a denúncia, a qual será recebida pela mesma central de atendimento do Disque 100. Se quiser acompanhar a denúncia, basta ligar para o Disque 100 e fornecer dados da denúncia.
OUVIDORIA ONLINE
O usuário preenche o formulário disponível aqui e registra a denúncia, a qual também será recebida pela mesma central de atendimento do Disque 100. Se quiser acompanhar a denúncia, basta ligar para o Disque 100 e fornecer dados da denúncia.
Fonte: Catraca Livre
"ESTÁ NA HORA DE PENSARMOS NA CASTRAÇÃO QUIMICA.'
POSTADO POR: LUCIANO MELO - 23/09/2022